segunda-feira, 21 de março de 2011

Churras.

Lembro-me muito bem daquela tarde em que passamos juntos, compravamos roupas para nosso enxoval porque nosso filho estaria para vir.
Sinto saudade de nossas fantásias realizadas, os cafés da manhã tão lindos, as frutas, geléia, paozinho com manteiga, essas coisas que alegravam todos nossos dias.
Houveram milhares de razões eu sei, mas ainda não entendo o porquê disso tudo, simplesmente ainda não sei, por quê?
Escute-me bem, para de gritar, pare de gritar, tu me obrigou a fazer isso, cheiro de carne?
Deve ser do Bife...
A sua carne não é bife, é pele?
Acho que estás completamente pertubada, tu me obrigas as fazer isso, para de gritar eu repito, pare...
Estou sentindo meu corpo doer, o fosfóro caindo sob minha cabeça e aquela que eu amava tanto e abrigava dentro de mim foi embora, agora sinto o cheiro de churrasco e a dor mais alta que meus gritos, porque passou, tudo passou e agora...

quarta-feira, 2 de março de 2011

Desculpas

Desculpa por não saber brincar, apenas expor a verdade na brincadeira
Desculpa pelo o que eu fiz, se eu não tivesse feito, nunca teriamos nos encontrado
Desculpa pelo o que sou, se eu não fosse assim, quem sabe eu nunca teria te encantado
Desculpa pelos meus gostos músicais, porque para mim, tua voz e teus gemidos são sinfonias
Desculpa por  mentir que não te amava, porque infelizmente sou um ótimo mentiroso
Desculpa por ter feito parecer sexo fácil, porque depois, o único corpo que me apetece é o seu
Desculpa pelas brigas e trapaças,  porque elas é que apimentavam nosso relacionamento
OBRIGADO,  sou eternamente grato, por tu  nunca ter existido, porque se  existisse seria impossível pedir desculpas.

terça-feira, 1 de março de 2011

Interessante seria apenas a vontade de sentir o que somos, será que igual para mim seria igual para ti, fiquei aqui tanto tempo observando, observando, já que minhas mãos deixaram a muito de existir e meu corpo agora deixou de  ser visto a muito tempo.
O velho lugar onde as pessoas costumam sentar e ficar jogando conversa fora, os liquidos servidos em canecos, copos ou qualquer lugar, até mesmo o chão que homens viram cachorros apenas para apreciar a falta de capacidade de sentir o que é sem se alterar.
Fico aqui parado, olhando, mais uma vez olhando, sem motivo aparente ou  esqueci a existência do que ela é feita, para ler a alma e o caminho daqueles que foram esquecidos e passam despercebidos pelas ruas na madrugada.
Trabalhadores noturnos ou diurnos, qual a diferença de luz e trevas, se ambas em excesso podem cegar, será que é melhor ver o eterno branco ou o eterno claro?
Tanto faz na verdade o que precisamos ver está dentro de nós.
Meu caminho está farto de possíbilidades e tristezas, continuo assim, no mesmo lugar, sem motivo aparente , simplesmente por estar.
O que fui, o que sou , o que serei?
Mesmo morto deixei de ter a resposta e aposto minha eternidade que a maioria dos vivos tem a mesma pergunta que eu, e admito com todo o coração, orgão que como eu disse deixou de me pertencer a muito tempo, ninguém tem a resposta, mas, sabe...
-Eu adoria perder essa aposta.







P.s:  Sou o  um espírito zombeteiro e você, sabe o que realmente é?

Quando o valão era nascente.


Queria muitas vezes conhecer tuas roupas de cama e o motivo de eu ser assim foi o pecado que tu fizeste para mim.
Vivia linda, na pureza do meu ser, pretendia casar, ter filhos e uma casinha com cerca branca e um dia ser chamada de rainha, infelizmente tu apareceu na minha vida, prometeu-me glória e um futuro lindo, o que no fundo do meu coração, sua rainha tinha deixado o trono e depois regressou com teu filho no colo.
Tentei olhar no fundo dos olhos da criança, mesmo ele não vindo do meu ventre, tentei chama- de filho, fazia pouco tempo que eu tinha deixado minha boneca branca com pele desbotada de meus pequenos braços, o motivo que fiz isso sabe muito bem, com uma voz rouca e possante me chamou de meu amor, minha mulher.
Abandonei tua casa, teus falsos braços  e principalmente os teus lençóis, já que tinhas feito isso comigo, iria para onde regressei o meu valão particular.
Uma garrafa de Belinha comecei a beber para aturar o cheiro dos meus amigos camaradas que ali transpiravam e ejaculavam todos os líquidos dos seus corpos, acariciavam-me com suas mãos calejadas e voltavam para seu ofício, seus lares, suas rainhas.
Infelizmente isso é um ciclo de bobagens, sempre é " desculpa fiz uma bobagem, vacilei", de vacilo a vacilo, bobagem e bobagem eles vão para o plural e foi exatamente isso que ele fez pra mim.
Será que meu príncipe que habita o castelo de diamante ficará com vergonha de mim?
Será?
Essa história ficará bem longa e estou sem tempo de continuar, voltarei para o meu valão particular, porque ali as pessoas depositam todos os seus restos, lixos do corpo e da alma, logo, o cheiro que chamamos de Xurume chamo apenas do perfume da verdade.
Continua...